Um patinho feio que se transformou em Cisne

Se havia jogador que todos vaticinavam o banco de suplentes com a vinda de Roger Schmidt para o Benfica, seria João Mário o principal candidato.

O treinador alemão é conhecido pelo seu futebol vertiginoso, pressão ofensiva ao adversário que exige uma intensidade um pouco fora do comum aos seus jogadores. Além disso, com estas exigências ,e quando este estilo de jogo chega a ser implementado, as suas equipas costumar marcar golos em catadupa, sendo assim necessário que os seus jogadores tenham frieza necessária no momento da finalização.

Este estilo implementado foi ainda corroborado recentemente por Jonathan Soriano, avançado que se cruzou com o treinador alemão no clube austríaco RB Salzburgo e nos chineses do Beijing. O atacante explicou que o técnico tem uma espécie de regra, em que a bola tem que ser recuperada o mais avançado possível no terreno de jogo, e que tem 10 segundos para chegar à área contrária.

Ora, com estas características que o treinador gosta de implementar nas suas equipas, o português João Mário é a perfeita antítese do técnico.
É um jogador que gosta de pausar o jogo (sendo exímio no momento da posse de bola), muito passivo na pressão ao portador, muitas vezes acusado de não ter intensidade/agressividade, e com claras debilidades no momento de finalização, perdendo muitas chances e optando até muitas vezes pelo passe, quando devia ser um pouco mais egoísta.

O que é certo é que JM foi contra a corrente, e seja por mérito ou falta de concorrentes para a sua posição (o Benfica falhou o reforço para as linhas, sendo que Horta era O alvo preferencial), o médio conseguiu manter um lugar no 11 inicial, tornou-se sub-capitão, é o marcador principal das grandes penalidades e demonstra todos os jogos que está com a confiança em cima, como demonstram os recentes exemplos (tentar bater em velocidade o Mbappé) ou as suas estatísticas, que vão a caminho da melhor época de sempre.

Na altura em que conseguiu a transferência para o Inter, no valor de 40M, o médio fechou a época com 45 jogos, 7 golos e 10 assistências.
Esta temporada (vamos no início de Novembro!), já segue 21 jogos, 8 golos (o seu melhor registo) e 8 assistências (está apenas a 3 de ter o também o seu melhor histórico).

Neste registo, diria que a sua presença no Mundial 2022 está garantida, mas Fernando Santos tem uma capacidade de nos surpreender bastante grande, por isso garantido está apenas o Cristiano Ronaldo como bem sabemos (talvez até para 2024 já tenha lugar!)

A questão que fica é a seguinte:

Está João Mário a beneficiar do contexto da equipa e voltará ao seu estado normal dentro de momentos, ou o português elevou efectivamente o seu nível de jogo, que o impediu de singrar no Inter, West Ham e Lokomotiv de Moscovo?