Quando Ferguson colocou 37 milhões nas contas do Everton, em 2004, por um rapaz com apenas 18 anos, ficámos todos surpreendidos, pois naquela altura esse valor era quase proibido, não é como hoje em dia que qualquer saco de amendoins vale 15 milhões!
Independente do seu valor e do seu potencial, poucos pensavam que estavam perante um jogador que se iria tornar uma lenda da nação inglesa, do Manchester United e da Premier League!
Um rapaz bastante encorpado, parecia que fazia de hambúrguer, pizza e coca-cola a sua dieta, trouxe de volta a esperança a Inglaterra, que tinha nele a galinha de ovos d’ouro para conquistar um troféu internacional!
Depois de se estrear a marcar pelo Everton na Premier League com um golaço frente ao Arsenal, e que colocou um travão numa série de 30 jogos sem perder (um aquecimento para a série seguinte, de 49 jogos sem perder, que os marcou como “The Invincibles”), Rooney veio a Portugal, no Euro 2004, para mostrar quem mandava!
Arrancou a todo o gás, com uma excelente exibição frente a jogadores consagrados de França como Lilian Thuram, Makélélé, Zidane ou Henry, embalou e bisou nos seguintes encontros frente à Suíça e Croácia. Seguia-se Portugal nos quartos-de-final e… Jorge Andrade lesionou-o aos 27 minutos! Será que com Wayne Rooney em campo passaríamos em frente?
A próxima paragem seria o Manchester United. Aqui tornou-se homem, jogador, capitão e lenda! Ganhou tudo o que havia para ganhar, com Ferguson no comando.
Estreou-se logo com um hat-trick na Liga dos Campeões, a mostrar para o que vinha e quem mandava ali! A sua história estava ainda a começar, e nem nos seus melhores dias ele pensaria que ia derrubar tanto adversário e tanto recorde!
Mas à medida que o tempo ia passando, o United ia ficando mais fraco e Rooney ia permanecendo. Isso fez com que embelezasse ainda mais a sua história no gigante inglês, sendo que podia ter optado pela via mais fácil e sair para outro gigante qualquer. A sua disponibilidade física também desceu drasticamente apesar de ser um exemplo de sacrifício e solidariedade, como comprovam os vários jogos em que teve que jogar no meio-campo, a 6/8 e 10, isto vindo de um avançado de natureza.
Nada melhor que um vídeo para mostrar o carácter de Wayne Rooney:
Neste vídeo temos a definição de Wayne Rooney: solidário, sacrifício, empenho e esforço ao máximo, jogar como se fosse sempre o último jogo, dedicação. Mas não era só qualidades baseadas na mentalidade e físico! Caso contrário não tinha alcançado os seguintes recordes:
Mais jovem a estrear-se pela Selecção Inglesa (12/03/2003)
Mais jovem a marcar um golo pela Selecção principal (06/09/2003)
Mais jovem de sempre a marcar na Premier League
Melhor marcador da Seleção (53 golos)
Melhor marcador da história do Manchester United (253 golos)
2º melhor marcador da história da Premier League (203 golos)
3º melhor assistente da Premier League (103)
Mais jovem de sempre a fazer um hat-trick na Champions League (18 anos e 335 dias)
Fechou a sua história na Premier League com 491 jogos, 103 assistências e 253 golos, para ir fazer um retiro aos Estados Unidos e voltar mais tarde, para o Championship, ao serviço do Derby, onde encerrou a carreira e por lá iniciou a sua carreira de treinador, onde quase fez um milagre, adiando a, mais que provável, descida até à 43º jornada!
Com os seus feitos, o seu nome já está cravado na história da EPL. No entanto, conseguiram arranjar uma outra forma de homenageá-lo, ao colocarem no Hall of Fame, lado a lado com outras lendas da Premier League como:
Alan Shearer
Thierry Henry
Eric Cantona
Roy Keane
David Beckham
Dennis Bergkamp
Frank Lampard
Steven Gerrard
Patrick Vieira
Fica sempre a questão. E se ele cuidasse mais do seu corpo, até onde chegaria?
“I saw my mate the other day, He said to me Saw the white Pelé! So I asked, who is he? He goes by the name of Wayne Rooney!”